quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

O Universo Publicitário





















Por: Brunno Lacerda

Neste universo, temos campanhas, peças individuais, virais, agências, estrelas... várias estrelas a iluminarem um leque inimaginável de oportunidades e opções para uma comunicação bem feita e de impacto. Cada agência e cada campanha são estrelas e enquanto umas brilham, outras se apagam, continuando este ciclo infindável que movimenta e dá brilho inconstante a este universo tão vasto e diversificado.
Há, no entanto, várias ameaças ao brilho de novas estrelas, ou de estrelas antigas, porém, com muita energia pra queimar. Uma das maiores ameaças, entre cometas e meteoros, são os buracos negros. Ora, mas o que são buracos negros no Universo Publicitário? São ameaças constantes à criatividade e ao livre pensamento, que sugam para o vazio a luz das idéias de profissionais treinados para resolver os problemas de comunicação do cliente, os próprios clientes.
Sim, eles, a razão do nosso existir, e a razão da nossa existência não ser mais sublime ainda. Com seus pedidos leigos, quase ingênuos, de quem acha que entende do assunto só porque está fornecendo os meios para a operação, eles surgem, com seus splashs, seus pontos de exclamação, suas cores berrantes, sua poluição visual, seu ponto de vista pessoal que nada tem a ver com as reais necessidades daquela comunicação.
Uma vez, foi-me dito que um cliente de certa agência, que tinha por público alvo mulheres na faixa entre os 40 e 60 anos, reivindicou veementemente que fosse alterada a veiculação de um VT na TV aberta do programa da Ana Maria Braga para o Chumbo Grosso. Questionado sobre o porque, após muitas tentativas de dissuasão, ele exclamou que o motivo era que ele não assistia Ana Maria Braga, mas ele e os amigos assistiam Chumbo Grosso, ou seja, ele não dava a mínima se a comunicação ia dar certo ou não, tudo o que ele queria era mostrar para si e para os amigos um comercial na televisão da sua empresa.
Temos que lidar com clientes assim diariamente. Clientes que acham que o seu gosto pessoal pode ser misturado com os objetivos da comunicação e que crêem que a sua visão é, inevitável e invariavelmente, a visão dos seus clientes e consumidores em potencial. Cabe, portanto, às agências, mostrar a esses clientes o que realmente é necessário, afinal de contas os profissionais somos nós, publicitários, que estudamos, trabalhamos e investimos na nossa formação e informação para que pudéssemos atender às mais altas expectativas do mercado. Nós, com a nossa visão externa à da empresa e com o nosso olhar imparcial, temos que ser responsáveis por frear os impulsos multicoloridos dos nossos clientes para mostrar a eles o caminho certo da publicidade moderna, objetiva e voltada ao consumidor.

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